Estudo da Sudene revela que os setores de serviços e indústria foram os principais responsáveis pela criação de empregos, representando 35,3% e 30% dos novos postos de trabalho na região.
O Nordeste registrou uma expressiva geração de empregos em agosto deste ano, impulsionada principalmente pelos setores de serviços e indústria. Segundo uma análise divulgada pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a região criou 72.372 novos postos de trabalho, representando 31% de todas as vagas geradas no Brasil durante o mês.
Esses dados foram obtidos com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
O papel do setor privado na criação de empregos
O economista Miguel Vieira, da Coordenação de Estudos e Projetos da Sudene, destacou a importância do setor privado nesse crescimento. “O desempenho do setor industrial é um papel fundamental na criação de empregos, com destaque especial para os estados de Pernambuco. Já o setor de serviços foi fortemente impulsionado pela Bahia, que tem a maior economia da região”, afirmou.
Em números, o setor de serviços foi responsável por 35,5% do total de novos postos de trabalho no Nordeste em agosto, com destaque para os estados da Bahia, Pernambuco e Ceará, que juntos somaram 73% dos empregos gerados no setor. A Bahia liderou com 9.438 novos postos, seguida por Pernambuco (5.815) e Ceará (3.449).
Desempenho do setor de serviços por estado
A Bahia se destacou com 58,4% das novas oportunidades de trabalho no setor de serviços, especialmente nas áreas de “atividades administrativas e serviços complementares” e “transporte, armazenagem e correios”. O Maranhão também apresentou um crescimento significativo, com 54,3% dos novos postos concentrados nos subsetores de educação e saúde humana e serviços sociais.
Já Sergipe registrou um índice de 35,8%, posicionando-se como o terceiro estado com maior participação dos serviços na geração de empregos.
Vale ressaltar que a Sudene observou que o setor público teve uma participação limitada nesse crescimento, com a maior parte dos empregos sendo gerada por empresas privadas, evidenciando a força da economia regional.
Indústria: outro pilar do crescimento
O setor industrial também teve um papel crucial na criação de empregos no Nordeste, sendo responsável por 30% das vagas geradas. Estados como Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará lideraram no número de novas contratações.
A indústria de transformação foi a principal responsável por esse aumento, representando 96% dos empregos gerados no setor. Em Alagoas, Paraíba e Pernambuco, a participação desse segmento foi ainda mais expressiva, com 77,2%, 38,5% e 35,8%, respectivamente.
Segundo José Farias, coordenador-geral substituto de Estudos e Pesquisa da Sudene, “em agosto, mais de 40% dos empregos industriais criados no Brasil vieram do Nordeste”, reforçando o peso da região no cenário nacional.
Outros setores em destaque: comércio e agropecuária
O comércio também contribuiu de maneira significativa para o saldo de empregos no Nordeste, com a criação de 10.657 novas vagas, representando 14,7% do total da região. A Bahia e Pernambuco foram os estados com maior número de contratações, somando 3.160 e 2.362 novos postos, respectivamente. Já em termos proporcionais, Piauí e Maranhão se destacaram, com o comércio representando 39,6% e 35,3% do total de novos empregos.
A agropecuária, por sua vez, foi responsável pela criação de 10.353 novos empregos, o que corresponde a 14,3% do saldo regional. Os estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte se sobressaíram nesse setor, com 2.869, 2.684 e 2.258 novas contratações, respectivamente.
O Nordeste tem se consolidado como uma força motriz na geração de empregos no Brasil, com os setores de serviços e indústria à frente desse crescimento. Com uma forte participação do setor privado, a região segue apresentando resultados positivos, mostrando a resiliência de sua economia e a capacidade de criar novas oportunidades de trabalho em diversas áreas, especialmente nos estados de maior destaque.